Qual é o grande lance sobre a empatia?

 

A empatia começa com se colocar no lugar de outra pessoa - um passo fundamental na compreensão de perspectivas que diferem das suas. Esta não é apenas uma coisa legal de se fazer; é uma habilidade ativa essencial. É fundamental para conseguir abarcar todas as diferenças, construir relacionamentos, ganhar uma perspectiva global, realizar uma análise mais rica e profunda, e se comunicar de forma mais eficaz. Esta habilidade é sobre como "século 21" se coloca. E como um músculo, a empatia fica mais e mais forte com a prática e pode ser desenvolvida por crianças de qualquer nível escolar. Este é o músculo que lhe permite lutar por algo, e não ficar de braços cruzados.

 

Também como um músculo, a empatia é fácil de se enfraquecer, especialmente quando estamos operando em um modo de crise, como sempre apagando incêndios. Dando um exemplo pessoal, tivemos um recente susto em relação à saúde de minha filha - descobrimos que ela era "magra de gordura." O tamanho pequeno de suas roupas disfarçava fraqueza física e um nível de resistência baixa. Este susto trouxe para nossa casa o ponto de que, aquilo que muitas vezes acreditamos "ser ou estar em boa forma" pela aparência, pode na verdade estar mascarando problemas profundos.

 

Quando pensamos sobre a empatia em uma sala de aula que "funciona bem", o estado físico pode servir como uma metáfora para a saúde do ambiente de aprendizagem sócio-emocional: a sala de aula pode parecer bem na superfície, indo bem em testes padronizados como memorizar fatos e números, mas o seu ambiente interno pode permanecer fraco. A fraqueza, neste caso, se manifesta no fato de que as crianças não possuem as ferramentas mais sutis que constroem a aprendizagem do século 21 e sua competência global. Na ausência de empatia, bondade sincera e unidade, quão útil pode ser obter bons resultados em testes no que se refere a transformar as comunidades e um mundo em crise?

 

A questão vai mais longe do que isso. Um ambiente de empatia é um ambiente mais inteligente. De acordo com Vicki Zakrzewski, diretor de educação do centro Greater Good de Ciência na Universidade de Berkeley, "A pesquisa científica está começando a mostrar que existe uma relação muito forte entre a aprendizagem socioemocional, o desenvolvimento cognitivo e o desempenho." Ela acrescenta: "Crianças de 18 meses já exibem compaixão, empatia, altruísmo, portanto, essas características fazem parte de quem somos. Mas, ao mesmo tempo, essas habilidades têm de ser cultivada, porque o ambiente pode inibir o seu desenvolvimento." Em outras palavras, a empatia, como um músculo físico, está presente - mas para manifestar-se,  deve ser exercitado.

 

Um plano "fitness" para o desenvolvimento do Músculo da Empatia

 

A volta às aulas oferece um momento ideal para estabelecer que sua escola, ou sala de aula, vai priorizar e apoiar o desenvolvimento ativo da empatia.

 

Um ponto de partida fantástico é oferecido pela Ashoka, uma organização sem fins lucrativos dedicada a incentivar a inovação social em todo o mundo. Seu projeto Start Empathy compartilha pesquisas, estudos de caso e histórias inspiradoras, e está construindo uma rede de Escolas Changemaker comprometidas com a construção empática, incentivando ambientes de ensino fundamental. Eles desenvolveram um roteiro para a navegação em um curso para a empatia adaptável para qualquer idade. Você também pode considerar três passos para o desenvolvimento do músculo empatia.

 

Passo 1. Prepare

 

Criar as condições nas quais a empatia possa prosperar.

 

Criar um espaço seguro: Um ambiente baseado na confiança é fundamental para desbloquear empatia.

Liderar pelo exemplo: Considere como a empatia aparece em suas interações, e faça disso um modelo.

Desenvolver Competência Emocional: Compreender e gerir as suas próprias emoções, a fim de identificar e interpretar essas emoções nos outros.

 

Passo 2. Envolva

 

Tome uma atitude que combine com a sua personalidade e seus interesses.

Não existe um curso fixo para o envolvimento, mas aqui estão algumas atividades-chave.

 

Brincadeira em grupo: A empatia começa no parque infantil, onde a imaginação pode correr solta, onde as crianças aprendem a resolver seus próprios conflitos e impor suas próprias regras.

Storytelling: Histórias desafiam nossos preconceitos, o que nos permite usar os sapatos daqueles cujas experiências são diferentes das nossas.

Imersão: inserindo-nos em experiências dos outros, aprendemos a olhar para além de rótulos e estereótipos, e mudar de projeção para a compreensão profunda.

Solução de Problemas: O ato de colaboração cria empatia através de desafios e vitórias compartilhadas.

 

Passo 3. Reflita & Aja

 

Ação e reflexão completam o círculo, e trazem uma distinção vital entre "ensinar para a prova" versus internalizar o conhecimento e fazer a diferença com aquela aprendizagem.

 

Identificação de valores e diferenças compartilhados: Como o roteiro do Start Empathy explica, "Empatia significa reconhecer a humanidade compartilhada em outros, mas também nomear e valorizar as diferenças. Esta é a forma como nos movemos de projeção, onde se imagina o que faríamos no lugar de outra pessoa, para a empatia, onde se entender e respeita as decisões do outro".

Infundir coragem: Vá além de elogios a comportamentos corretos - contrariar de forma proativa as forças que se interpõem em seu caminho. Este é o lugar onde em pé, não apenas de pé junto, entra.

Ativar Ação: Finalmente, criar oportunidades através do qual as crianças podem colocar a empatia em ação, exercitando um comportamento pró-social destinado a beneficiar os outros.

 

Este plano está resumido em um cartaz, que você pode baixar aqui. (inglês), imprimir e pendurar na sala de aula, no escritório administrativo, refeitório - onde quer que um lembrete gentil possa ajudar a desenvolver o músculo da empatia. Compartilhe-o com as famílias através de newsletters, site da sua escola - ou quaisquer outros canais que você use para se comunicar com seus lares. Vários reforços e várias tomadas de ação podem começar a mudar uma cultura de classe ou de escola em direção a empatia, como uma força que está sendo conscientemente praticada e cultivada, contribuindo para a saúde ao longo da vida, dentro e fora do ambiente escolar.